Saturday 15 August 2009

Um mistério com quase 100 anos de história

Durante quase um século de história desde a morte da Família Imperial Russa, a 17 de Julho de 1918, que muitas perguntas têm sido feitas a respeito dos factos da fatídica noite que vitimou o Czar Nicolau II e a sua família pela mão dos bolcheviques. De entre as várias questões especuladas por todo o Mundo, a mais polémica está relacionada com a possível sobrevivência de alguns membros da Família Imperial ao atentado da Casa Ipatiev, nomeamente da Princesa Anastácia.
Tanto mediatismo à volta desta tão relevante questão fez com que inúmeras raparigas se fizessem passar pela Princesa após o atentado, sendo a mais famosa de todas Anna Anderson, que mais tarde se veio a revelar uma impustora polaca que tinha desaparecido do seu país na mesma ocasião da morte do clã russo.
Foi devido ao grande clima de instabilidade política e social que, a 2 de Março de 1917, Nicolau II abdica do trono. Nesta altura, ainda residiam na Rússia 53 membros da comitiva Romanov, 18 dos quais foram presos.
Todos estes factores aliados ao descontentamento do proletariado russo, fazem com que Nicolau II, Alexandra e os seus filhos se vejam obrigados a retirarem-se para os Montes Urais, Ekatinburgo, para a Casa Ipatiev, onde, mais tarde, viriam a falecer.
Muito se conta sobre o que realmente aconteceu na cave de Ipatiev naquela abrasadora noite de Verão. Segundo o consenso de todas as histórias até hoje já escritas, contadas e levadas de boca em boca, naquela noite, Nicolau e a sua família foram levados pelos guardas vermelhos para a cave da Casa, com a desculpa de que o exército branco tinha invadido a cidade, para pôr fim, de uma vez, ao regime vivido na Rússia até então. A execução da família real foi um verdadeiro banho de sangue. Todos os 7 membros, juntamente com um criado, um médico e uma ama foram brutalmente assassinados pelo exército de guardas vermelhos que os mantinham em cativeiro em Ekatinburgo.
Quando, anos mais tarde, as escavações pela procura dos corpos do Clã Imperial começam, nascem as primeiras especulações devido a falta de dois corpos que seriam de Anastacia, a filha mais nova do Czar e de Alexandra, e Alexei, o único filho rapaz e herdeiro ao trono da Rússia.
Contudo, devido aos avanços da tecnologia e da ciência, foi possível, graças a analises de DNA dos restos mortais encontrados, posteriormente à data da descoberta dos primeiros corpos, confirmar que, afinal, o mito da sobrevivência da Princesa Anastácia não passava mesmo disso, um mito.
Por fim, a família real foi canonizada pela Igreja Ortodoxa Russa, que justificou o acto benemérito com o sofrimento da família.
Na nossa memória ficará para sempre tudo aquilo que foi dito e escrito sobre esta família que se viu envolvida numa conspiração que perpetuou a sua vida sem dó nem piedade e que, mais tarde, se veio tornar um exemplo de esperança e harmonia face às adversidades impostas pelo nosso destino.
A Russia nunca mais foi a mesma. A queda de Nicolau e Alexandra foi o primeiro passo para aquilo que se iria tornar num sanguinário destino para este país.
Setinha @ back from Russia

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