Wednesday 29 July 2015

Ei-la de volta!

Estou de volta! Acho eu...

Depois de 2 anos de inactividade senti, finalmente, a necessidade de voltar a escrever. Não que tenha seguidores ou leitores das coisas que escrevo por aqui. Mas senti que há muito que não me exprimia sem recriminações.

Durante este tempo, passei por momentos complicados e muitos deles, determinantes. Vivi as minhas aventuras, dei os meus trambolhões e levantei-me com feridas e arranhões, sacudi a poeira e dei a volta por cima.
Mas ainda assim sentia aquele vazio que sentimos quando deixamos coisas por dizer, e que não desaparece mesmo que falemos sozinhos para as paredes que nos rodeiam.

Por isso hoje, resolvi voltar. Sei que não volto a mesma pessoa. E ainda bem! Volto diferente. Se é bom ou não? Ainda não sei. E acho que nunca saberei. Só sei que volto diferente e que me sinto bem com isso.
Ainda não mudei o mundo "por uma causa melhor"! Ainda só fiz pequenas mudanças, pequenas diferenças. Mas sinto que todos os dias caminho em direcção a essa "causa melhor". Provavelmente intangível mas, mesmo assim, igualmente desafiante.

Por isso, aqui estou, de volta! Para mais reflexões irreflectidas e cujo nexo é, muitas vezes, questionável! De qualquer das maneiras, não julguem! Eu não julgarei. Limitem-se a ler, eu limitar-me-ei a pensar e a escrever =)

Setinha@




O dia em que ele atravessou a rua por ela...

"Coragem, Tatiana... Coragem, Shura..."


Já ando há muito para escrever uma crítica apreciável em relação a este livro. Há muito que os meus amigos mais intímos me vêm com este livro na mão, para trás e para a frente, falando dele, recomendando-lhes a leitura.


Há muito que o li, há muito que lhe repeti a leitura. E recentemente, consegui finalmente ler os últimos dois volumes da saga da vida de Tatiana e Alexander, personagens principais da história.


A escrita em si, não é, na minha opinião, complexa. Não é uma obra à altura de Tolstoi. Não, não é. Mas é a trama e o enredo que Paulina cria que me prendeu desde a primeira página a este livro. Ao princípio não percebia a insistência que a minha mãe fazia comigo para ler o livro (editado pela primeira vez em Portugal pelo Círculo de Leitores) mas depois de começar a ler, compreendi.

A história de amor fascinante entre Tatiana Metanova, uma "rapariga russa normal", e Alexander Belov, um capitão do Exército Vermelho, começa no dia 22 de Junho de 1941, em Leningrado, plantada nas margens do rio Neva, no dia em que a Segunda Guerra Mundial lhes bate à porta, com a invasão dos alemães à União Soviética.
O amor (impossível) entre eles cresce, então, num cenário de guerra, bombardeamentos, evacuações e fome, onde a cada esquina podemos perder aquilo que mais sagrado temos. 

A luta de Alexander, a quem a vida nunca perguntou o que queria, para se manter vivo e ficar com Tatiana, leva-o a enfrentar as maiores provações que algum homem alguma vez imaginara.
A coragem e audácia de Tatiana, que tudo faz para combater as injustiças a que Alexander se ampara para lhe salvar a vida, leva-a a lugares onde uma "típica rapariga russa" nunca julgara possível.

Porque, nem sempre a verdade está à frente dos nossos olhos e nem sempre podemos dizer tudo o que nos vai na cabeça.

É numa dualidade de verdade-mentira, de jogos de escondidas e de poemas de Pushkin, que Paulina cria um enredo que causa uma falta de ar constante a cada linha de texto lida. Que nos deixa arrebatados com a tristeza, com a mágoa, com a tortura da vida que estas duas personagens vivem com o simples objectivo final de ficarem juntas e serem felizes. Que nos apazigua a alma e nos dá um sorriso iluminado quando encontramos momentos da história em que o reencontro entre eles é, finalmente, possível.

Li este livro à cerca de 9 anos, pela primeira vez. Na altura, lembro-me de que os meus grandes amigos me gozaram por não ter sido capaz de terminar de ler o livro. Era demasiado agonizante saber o final. Era demasiada tortura. Hoje, 9 anos depois, já li o final de toda a saga, 3 livros no total, agora editados pela ASA, e continuei a ter a mesma sensação de agonia que sentira quando li "O Cavaleiro de Bronze" pela primeira vez.
Embora o final seja o esperado (e ainda bem, dado que, segundo consta, Paulina queria um final trágico), não deixa de ser emocionante e de nos fazer verter muitas lágrimas! 
É uma história de guerra! Não só da Segunda Guerra, mas da guerra vivida em busca da felicidade. Uma lição de vida para todos nós! 
Depois disto, nunca mais veremos a vida da mesma maneira! Eu não vejo!

Setinha@
(Crying like a baby!)