Tuesday 21 September 2010

Cá estou eu, já cheguei...

A história que vos quero contar não pode ser lida num livro. Dizem que a história do Oeste foi escrita na cela de um cavalo, mas nunca foi contada pelo coração de um... Até agora. Eu nasci aqui, neste sítio a que virião a chamar o Velho Oeste. Mas para a minha espécie, a Terra não tem idade. Não tem principio nem fim, nem há fronteiras entre o Céu e a Terra. Tal como o vento nos pastos dos búfalos, este era o nosso lugar e haveria sempre de o ser. Dizem que o Mustang é o Espírito do Oeste. Se o Oeste ficou a ganhar ou a perder, serão vocês a decidir. Mas a história que eu vos quero contar é verdadeira. Eu estava lá. E lembro-me... Lembro-me do sol e do céu e do vento a chamar o meu nome no tempo em que os cavalos selvagens corriam em liberdade...


Cá estou eu, já cheguei...
Tão livre e confiante comecei...
Cá estou eu, pertenço aqui...
À força da Terra onde nasci...
Novo dia, novo mundo
Coração a pulsar com ritmo louco
Novo dia que será meu
Com a vida á frente...


Setinha @ Feeling Free

Tuesday 15 June 2010

Á barca, á barca... Deixai passar a tempestade que a bonança se avizinha...

De volta ás origens... Aonde pertenço. Após uma jornada de ausências desmedidas e sem sentido estou de volta com o meu pensamento, agora menos atordoado e demente. "Foram dias e dias, e anos e meses perdida no mar..." Agora, finalmente o meu barco chegou a bom porto.
Sei que ainda não fazem sentido as minhas palavras. Que ainda vêm numa torrente de pensamento fluido e sem significado. Mas, o que outrora fora uma mente quebrada e infeliz, agora renasceu mais forte, unida e brilhante do que nunca.
E com ela a força de um amor mais forte que as forças que ligam os fragmentos de Terra onde poisamos todos os dias... A força de uma amizade, de um companheirismo extremo, do reinventar de uma realidade algures esquecida.
Os tempos foram negros... De uma escuridão imensa e feroz... Mas agora o sol voltou e com ele as boas vibrações que se julgavam enterradas para sempre naquele buraco sombrio e profundo que noutras eras cavei com minhas próprias mãos.
Nada temam, marujos. Chegamos a Terra... Vamos viver de novo e (tentar) ser felizes de uma vez por todas nesta nova terra próspera e cheia de riquezas e vida á espera de ser vivida...

Setinha @ Volta ao Mundo

Sunday 3 January 2010

Podia ser mas não é...

Podia ser uma daquelas frases que encontras quando abres um pacote de café, naquela tarde de sol em que sais para beber um café com alguém especial e que depois guardas na tua carteira. Podia ser, mas não é. Podia vir nos pacotes de café mas não vem. É pena. É algo do tipo "Um dia, talvez volte a confiar em ti..."
Talvez um dia, daqui a muito tempo, eu volte a conseguir olhar para ti como aquele amigo que eu sempre julguei que eras mas que,afinal, nunca foste. Tentei provar a este mundo e ao outro que estavam todos enganados. Que tu não eras aquilo que todos diziam que eras. Uma pessoa sem carácter, sem valores. Tentei prová-lo c0m todas as forças que tinha e até com aquelas que não tinha e que fui desencantar sabe-se lá em que buraco. Hoje, por fim, rendo-me ás evidências e baixo a guarda e digo "Não posso mais." Não posso mais suportar a falta de tudo. De confiança, de te conhecer e de saber quem és exactamente. Não consigo olhar para ti, conversar contigo sem sentir que não te conheço, que não passas de um estranho que tenta a todo o custo fazer-se passar por meu amigo, e que eu não sei quem é.
Por isso, é melhor cada um seguir o seu caminho, e talvez um dia, nos voltemos a encontrar. Agora vou agarrar-me àquilo que tenho de mais precisoso: os meus amigos. Aqueles que ficaram, mesmo depois de tudo. Que estiveram sempre cá mesmo quando não sabiam o que se passava, nem como podiam ajudar. Mas ajudaram sempre, mesmo sem saber como. Deram-me um abraço quando mais precisei, riram comigo quando eu mais precisei de rir. Afagaram-me os cabelos quando eu olhava para o vazio a pensar no que tinha eu feito de errado e disseram "Gosto muito de ti, sabes?!". Foram esses pequenos gestos que fizeram toda a diferença. Agora só nos resta seguir em frente e esperar por "um dia, talvez..."