Monday 20 July 2009

À Maneira de uma Cosmogonia

Há muitos e muitos milhares de anos, a poesia aproximou-se do Homem e tão próximos ficaram, que ela se instalou no seu coração. E começaram a ver o mundo conjuntamente estabelecendo uma inseparável relação que perdurará para sempre. Não demorou muito a que a poesia se emancipasse, autonomizando-se. Como uma rosa de cujas pétalas centrípetas emana a beleza e o mais intenso perfume, sem nunca prescindir da defesa vigilante dos seus espinhos, assim cresceu livre a poesia carregada de silencioso mistério e sedução.

Há muitos e muitos milhares de anos, a poesia aproximou-se do homem e tão próximos ficara, que ela se instalou no seu coração.
E começaram a ver o mundo conjuntamente estabelecendo uma inseparável relação que perdurará para sempre. Não demorou muito a que a poesia se emancipasse, autonomizando-se.
Como uma rosa decujas pétalas centripetas emana a beleza e o mais intenso perfume, sem nunca perscindir da defesa vigilante dos seus espinhos, assim cresceu livre a poesia carregada de silencioso mistério e sedução.
Evitou sempre a vaidade. Mas o vento da história, inapercebidamente, por vezes, demorou-se nela libertando o seu perfume, soltando os seus enigmas, fazendo-a avançar com todo o seu esplendor. E nada existe que a poesia não tenha experimentado, desde o mais recôndito silêncio do deserto, ao fragor das batalhas mais sangrentas. Da mais humilde das intimidades, ao luxo sinuoso do palácio. Com o tempo, e já depois da comunhão primordial, era o Homem, por necessidade de uma comunicação maior, que a procurava e lhe abria o coração até que ela, muito discretamente, voltava a estremecer no seu sangue.
Poesia e Homem criaram assim uma cúmplice e indissociável relação por todo o mundo. embora a História pouco se tenha disso apercebido.
Hoje sabemos que haverá sempre seres humanos que a reconhecem pela substância do seu silêncio. Pelo tempo e lugar do seu rigor de ave de arribação. Pelo seu fulgor e perfume. Pela riqueza inesperada das suas sugestões. Com um pequeno gesto, os poetas soltam o seu pólen que, levado pelas palavras vai eternamente fecundando os arcos da beleza que erguem o Universo e o põem em comunicação com Deus.


Setinha @ the Begining

2 comments:

  1. seja poesia ou uma simples prosa, seja grande ou seja pequeno, tudo o que escrevemos vem de algo que pensamos, vem do nosso coração. Foi esse o primeiro instinto do homem, exteriorizar os seus profundos sentimentos, algo que não poderia ser feito por meras conversas. é assim que, falando por mim claro, vejo tudo isto que aqui metemos.
    é aqui que deito para fora as incrustações de uma vida por vezes injusta.

    Adorei o teu texto, a forma como vês e relacionaste o que foi escrito até hoje, e certamente continuará a ser escrito.

    Estarei sempre do teu lado, tal como tu estás do meu.
    Apesar de me chamares urso, eu amo-te irmã .

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  2. Gostei muito do texto=)
    Muito interessante e bem escrito=)
    Beijinho!

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